Sinopse: A segregação é, uma forma de “exclusão” social, racial, religiosa, cultural, econômica e política que contextualiza uma dimensão espacial. Dialeticamente, territorialidade negra e segregação racial estão inscritas nas cidades do Brasil e na capital paulistana. Em São Paulo, ela se inscreve como modelo de direções e perspectivas politicas que se afirmam no contexto. Ou seja: os estudos sobre a cidade e o urbano em geral negam a afirmação de que a segregação é racial. Em assim sendo, politicas de enfrentamento e construção de uma cidade igualitária e não segregada são menosprezadas ou inexistentes. Mas o debate e protagonismo daqueles que sofrem a violência da cidade racialmente segregada não estão mudos. Observamos suas lutas, embates, enfrentamentos e forças que se efetivam diante da constante busca para a construção da cidadania brasileira. A territorialidade negra e a segregação urbana e racial no decorrer do século XX na cidade de São Paulo aporta as bases de reflexões para as cidades no século XXI. A presença negra na cidade e seus deslocamentos na urbe paulistana, nos apresentam gradativos movimentos em torno da ocupação do espaço e da segregação. Estes movimentos vão definindo lugares, ora identitários, espaços de construção/desconstrução e reconstrução de bases sociais, culturais e políticas e, ora, as forças da separação, marginalização e estigmatização da população negra e pobre para as regiões mais distantes da cidade. Acompanhando este percurso a obra apresenta, de um lado, os ininterruptos deslocamentos de territorialidades, desterritorialidades e reterritorialidades, e de outro lado, a segregação racial. Território negro e segregação racial são forças contraditórias inscritas no chão das cidades brasileiras, que se enfrentam cotidianamente em inúmeras frentes, sobre tudo no mercado de trabalho, no lugar da habitação e do ambiente construído e, particularmente, no direito de viver e pertencer à cidade.
