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O Fim de Tarde de Uma Alma com Fome

Título: O Fim de Tarde de Uma Alma com Fome

Autor: Sérgio Medeiros

Sinopse: O fim de tarde de uma alma com fome', o poema dramático de Sérgio Medeiros, tem ares pessoanos na ambientação indefinida e nebulosa, entre a noite e o dia, a vida e a morte, em que dois personagens, um soldado e uma velha, se conhecem e dialogam. Mas enquanto os poemas dramáticos de pessoa procuram induzir o leitor a uma espécie de claustrofobia onírica, os três atos de 'o fim de tarde de uma alma com fome' são voltados para fora, numa poética radical de intertextualidade. Já nas instruções de leitura, aprendemos que cada ato é uma versão (da mesma história?), e que os atos podem ser lidos em ordens distintas. E não é só isso - o leitor pode optar por substituir uma ou duas das versões por outros textos, entre os quais o popul vuh maia-quiché e o volume de clássicos amazonenses makunaíma e jurupari. O poema, então, compõe-se e recompõe-se nesse diálogo com obras distintas, onde o motivo comum é a cultura ameríndia na sua relação com as línguas e as culturas americanas. Dos vários textos que fazem parte desse diálogo intertextual, o mais importante é a narrativa pemon 'como os venenos azá e ineg, para matar peixes, vieram ao mundo', de makunaíma e jurupari. É desse mito que vem o casal que dialoga no poema - a anta, isto é, a velha, ou alma canibal, e o humano - neste caso um soldado que se separou do seu pelotão. Como no conto pemon, o diálogo entre esses seres de espécies distintas é marcado por diferenças perspectivistas - o que para ela é uma cobra, para ele é um fogão; o que para ela são pérolas, para ele são carrapatos, e assim por diante. Mas se o perspectivismo, para viveiros de castro, se localiza no mundo mesmo das diferentes pessoas (pessoa anta ou pessoa humana), aqui ele é uma questão de língua. A poesia de Sérgio Medeiros surge precisamente dos jogos de entendimento e desentendimento entre essas duas línguas - a da anta (a velha ancestral indígena) e a do soldado (em outras palavras, o estado-nação) matricida.

Editora: Iluminuras

Páginas:

Ano: 2015

Edição:

Linguagem: pt-br

ISBN: 8573214619

ISBN13: 9788573214611

Informações do Autor

Nome: Sérgio Medeiros

Descrição: Poeta

Sérgio Medeiros

Biografia: Sérgio Luiz Rodrigues Medeiros é um poeta, artista visual, dramaturgo, ficcionista, ensaísta, tradutor e professor brasileiro. Ganhou o Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2017 na categoria Poesia, com a obra A idolatria poética ou a febre de imagens.

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