Sinopse: Em suas crônicas, estão o registro de suas impressões e gostos, um panorama de sua vibrante personalidade, culta e eclética. Em "Dicionários", o escritor lembra da importância e do valor do "pai dos burros". "Merecidas loas a esse instrumento de formação da linguagem e de preservação dela, indispensável, não só aos literatos, como, igualmente, a todas as pessoas que, de qualquer modo, precisam comunicar fatos, ideias e sentimentos", afirma Bermudes, em seu passeio pelo mundo dos dicionários, de suas palavras bonitas e feias, mas todas igualmente com lugar em suas páginas; nas escorregadelas de alguns dicionaristas, que cochilam e não cobrem toda extensão do vocábulo; das publicações bilíngues e temáticas, como o Dicionário de Símbolos, que inspirou a crônica do escritor. Também chama a atenção o texto - na íntegra, observa o autor - que ele escreveu para a reedição de ''O nome da rosa'', de Umberto Eco, edição esta feita para comemorar os 40 anos da editora que publicou o romance no Brasil. Sem esconder sua estranheza, sua curiosidade, sua erudição e até suas indagações diante das inovações também critica a vaidade humana e a inexistência de grandes gênios musicais na música erudita dos séculos XX e XXI, como Bach e Beethoven. Em crônica que dá título ao livro, Bermudes revela sua admiração pelo precoce compositor austríaco, que escreveu mais de uma centena de peças sem qualquer recurso que lhe possibilitasse voltar a ouvir aquilo que sua criação o impelia a tocar. Também estão no livro as razões que levam o jurista a considerar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como um dos grandes estadistas contemporâneos. Em outro texto, sobram protestos do autor contra a inclusão do tradicional Café de la Paix na propriedade de uma cadeia de hotéis dos Estados Unidos. O escritor também dá vazão à imaginação em contos ficcionais, como o encontro de dois estranhos na passagem do Ano Novo e a história de uma pobre mãe carioca prestes a dar à luz, com tons de crít[...]
