Sinopse: Quando a medicina se propõe a proteger os fracos e a cuidar dos doentes, ela está indo de encontro ao processo da seleção natural, apontado por Darwin, e admitindo que a natureza não é inteiramente boa. Essa perspectiva ousada, acompanhada do desafio de tentar superar a própria natureza, indica os desafios metodológicos e éticos dessa disciplina da saúde e a filosofia implícita em todo ato médico. É justamente a proposta de que a medicina é intrinsecamente filosófica que unifica o conjunto de artigos que compõem este novo lançamento da Editora Fap-Unifesp. Anne Fagot-Largeault descreve com precisão e clareza as estratégias utilizadas pela pesquisa clínica para encontrar, identificar e classificar os elementos patogênicos, os procedimentos utilizados para avaliar os custos e benefícios das intervenções terapêuticas e as questões morais levantadas pela prestação dos serviços de saúde. Seria possível apontar as verdadeiras causas da doença no diagnóstico e eliminar a subjetividade do conhecimento médico? Esta e outras questões pertinentes a temas polêmicos da prática medicinal, como os direitos do embrião, a noção de qualidade de vida e a questão da compaixão são abordadas pela autora, cujos textos mostram a importância da filosofia em todos os níveis da medicina.
