Sinopse: Esta obra discute um dos principais dilemas da Educação Infantil: a dicotomia entre cuidar e educar. Afinal, deve o professor ser um cuidador? Ou tem ele se concentrar no ensino de conteúdos escolares? A autora constata que, embora o binômio cuidar-educar seja indissociável em teoria, a prática revela cisões e contradições. E, diante desse cenário, investiga as razões que influenciaram a construção de tal binômio, apresentando caminhos para sua superação, com base em propostas de pesquisadores brasileiros e portugueses. O livro retoma pesquisas segundo as quais os professores privilegiam ações como cuidar da higiene e da alimentação de crianças de até três anos, mas agem de modo inverso quando elas têm entre três e cinco anos, fase em que passam a enfatizar a educação propriamente dita, enfocando atividades como aprendizagem de leitura e de escrita. Tal concepção dualista é perceptível tanto na atuação quanto na formação dos profissionais: busca-se o adultomaternal para os anos iniciais da Educação Infantil e recorre-se ao professor quando a ênfase passa a ser a alfabetização. Por trás dessa dicotomia, segundo a autora, está a concepção de criança propagada pelos modelos dominantes de formação de professores. Para ela, apenas a renovação do entendimento sobre infância poderia fundar uma nova ideia de Educação infantil e promover a desejável valorização dos profissionais da área.
