Sinopse: Este livro é composto de textos do artista alemão Hans Bellmer traduzidos pela primeira vez para o português. Neles, o leitor encontrará explicações e referências do processo criativo de Hans Bellmer, como, por exemplo, a criação de sua primeira boneca, que o tornou conhecido no grupo surrealista e lhe possibilitou se integrar a ele, o desenvolvimento da segunda boneca, amparada na junção de Cardan, e, em seu texto mais famoso “Pequena anatomia do inconsciente físico ou anatomia da imagem”, como, por meio de exemplos, hipóteses e análises, o artista concebe o corpo humano a partir de identidades oscilantes, levadas a um estado crítico, no qual a conjunção e a divergência estabelecem a descontinuidade como um processo de desestruturação e transgressão da anatomia. Nestes textos, perceberemos a paixão de Bellmer pelas mulheres, pelas bonecas, pelo anagrama, pelo cinema obsceno, suas estratégias em usar lembranças e desejos como forma de oposição à idealização do corpo praticada pelo partido nazista. Junto com as traduções, temos um estudo crítico da obra de Hans Bellmer pelo tradutor Alexandre Rodrigues da Costa, cuja pesquisa originou estas traduções, e um prefácio da professora Vera Casa Nova. "Os textos que compõem este livro são frutos da pesquisa que venho realizando, desde 2016, sobre a obra de Hans Bellmer, na qual busco estabelecer relações entre as imagens do artista alemão e os textos de Georges Bataille, mais especificamente o verbete informe, que o pensador francês cunhou para a revista Documents, na década de 1930. Ao longo da pesquisa, diante da ausência de textos de Bellmer traduzidos para o português e da importância que a sua obra representa para o campo das artes, me predispus a traduzir seus textos em uma tentativa de suprir essa falta." - Alexandre Rodrigues de Costa (tradutor e organizador).
Biografia: Hans Bellmer foi um artista alemão, mais conhecido pelas bonecas púberes em tamanho real que produziu em meados da década de 1930. Historiadores da arte e da fotografia também o consideram um fotógrafo surrealista.
