Sinopse: Arte Para Quê? vem revelar um importante aspecto do meio artístico: a polêmica função e participação do artista na sociedade. Tentando superar o preconceito da abordagem conteudística da arte, causador do impedimento para a verdadeira apreciação da preocupação social na arte de nosso tempo, esta obra enfoca este ângulo das artes visuais de nosso país, bem como na arte da América Latina contemporânea. Paralelamente às tendências renovadoras e antiacadêmicas que começaram a tomar corpo nos anos 20, o artista passou a cada vez mais, se indagar sobre a função social de sua produção, seu público e de como colocar sua obra a serviço das alterações da estrutura de uma sociedade injusta. Porém, estas preocupações que chegaram a levar o artista à militância política - no teatro, na poesia, cinema, artes visuais, literatura - dificilmente permaneceram em toda sua trajetória profissional, correspondendo apenas a determinadas fases de seus trabalhos ou apenas a algumas obras isoladas no contexto de sua produção. Reunindo uma relevante bibliografia sobre o assunto, levantando fontes e colhendo depoimentos que constituem valioso material para pesquisadores e interessados no tema, este livro aborda um longo período a partir das tendências e circunstâncias que condicionaram os movimentos artísticos ou expressões individuais de preocupação com o social nas artes plásticas no Brasil. Arte Para Quê? não pretende esgotar este tema tão abrangente e vivo de nosso tempo, como o da arte e política, ou das relações do artista com a sociedade. O assunto, polêmico e gerador de interessantes discussões é uma forma de mostrar a tentativa ou o desejo de participação emergente nas obras dos artistas plásticos, entre 1930-1970, no Brasil, marcando suas fases de evolução e as que denotam um distanciamento crescente pela preocupação e reencontro com a verdadeira função social da arte.
Biografia: Aracy Abreu Amaral, é uma crítica e curadora de arte atualmente professora-titular de História da Arte pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, também foi diretora da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e membro do Comitê Internacional de Premiação do Prince Claus Fund, em Haia, na Holanda.
